sexta-feira, 11 de março de 2011

Descer do Tabor [ainda sobre o discipulado 2011]...

No Evangelho de Marcos, capítulo 9, versículos 2 ao 9, vemos a passagem em que os discípulos, Pedro, Tiago e João, sobem com o Mestre ao monte Tabor e vivem uma experiência que, certamente, jamais foi esquecida por aqueles homens, lá eles viram a transfiguração de Jesus, e presenciaram o Pai se manifestando e afirmando que Jesus é seu filho amado, ou seja, puderam experienciar um pouco da glória de Deus que havemos de sentir na vida eterna, estando presentes também os grandes profetas do Antigo Testamento Moisés e Elias. Os discípulos ficaram tão maravilhados com aquela situação que disseram “Mestre, é bom estarmos aqui, vamos armar três tendas...”, demonstrando que queriam permanecer ali com o Mestre, longe de todas as coisas do mundo, longe de tudo o que não era vindo de Deus. No entanto, Jesus lhes disse que não poderiam permanecer ali, que era preciso descer do Tabor e voltar às suas realidades.
Viver quatro dias junto ao Mestre e aos irmãos de fé [Pedro, Tiago e João viveram aquela experiência juntos] foi, para mim e penso que para muitos de nós, como subir ao Tabor, ficando aquela vontade de permanecer ali, onde tudo contribuía para uma aproximação cada vez maior do Senhor, ah, como seria bom ter ‘armado tendas’ no Discipulado... Porém, assim como os discípulos que subiram ao monte com Jesus, não nos é possível ficar naquele ‘pedaço de céu’, é necessário que desçamos do monte e voltemos às nossas realidades.
Cada um daqueles que estavam juntos no nosso monte Tabor tem uma realidade diferente, tem dificuldades diferentes e sabe muito bem como, dentro do seu contexto pessoal, muitas vezes é difícil seguir caminhando com Jesus, no entanto, todos vivemos aquela experiência de ficar mais perto do Mestre naqueles dias, e, assim como os discípulos voltaram transformados daquela experiência com Jesus, nós também fomos transformados por ele e, mesmo não estando mais no Tabor, onde nada nos afasta do Senhor, aqueles momentos irão refletir no nosso dia-a-dia, nas realidades que precisamos enfrentar e, sabendo que não seremos jamais abandonados por Jesus, nos fortalecemos para seguir na caminhada.
E assim, depois de descer do monte ao qual o Senhor nos levou pela mão, olhando para o mundo ao nosso redor nesse ‘pós carnaval’ vemos que muitos viveram momentos que consideraram de muita ‘alegria’, pois suas escolas de samba desfilaram na avenida, algumas inclusive obtendo o título de campeã, outros ficaram ‘alegres’ porque foram a algumas festas, enfim, não que essas coisas sejam de todo ruins, mas certamente essa alegria proporcionada pelo mundo é efêmera, e logo se transformará em vazio. Por outro lado, a alegria, a verdadeira felicidade, que vivemos aos pés do Mestre jamais passará e a chama que foi acesa ou fortificada nesses dias será impulso para que nós consigamos, cada vez mais, nos aproximar da santidade que nos é proposta pelo próprio Cristo.
Descemos do Tabor, mas as revelações que Deus fez aos nossos corações permanecerão conosco! Rezemos uns pelos outros e pela nossa conversão diária, especialmente neste tempo propício que é a Quaresma!

Um comentário:

  1. Enviado por Gustavo Batista,
    O blog do coral ficou no meu e-mail, ainda não consegui tirar.

    Olá pessoal, olá Ro que escreveste muito bem esse artigo parabéns.

    Bah é muito normal nós termos esse tipo de sentimento quando particpamos de retiros, reencontros, cursos, quando nos colocamos na presença de Deus e deixamos Ele falar ao nosso coração. Santo Agostinho diz que a nossa alma se inquieta enquanto não repousar em Deus. Nesses momentos temos a oportunidade de experimentarmos um pouquinho do que nos espera no céu. Se esse "pouquinho" já nos deixa tão felizes a ponto de dizermos como os apóstolos: "Senhor, vamos armar três tendas" o que dirá da felicidade de céu que é infinitamente maior. Por isso o Senhor deu essa experiência aos discípulos e dá a nós quando temos esse encontro pessoal com o Mestre, para que na nossa vida cotidiana - quando descemos do tabor - saibamos buscar a vida eterna. Para que nas atividades diárias saibamos também encontrar a Deus que se manifesta nas pequenas coisas. Deus é o maior pedagogo, nos da o conhecimento do que a certo, mas nos deixa livres para escolhermos por onde andar. Que nossa escolhas seja a de cada momentos vivermos esse tabor no dia-a-dia, contando com a graça de Deus.


    Abração.
    Muito bom blog

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