segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Testemunho que tive de compartilhar =D

    Essa semana me aconteceu um fato um tanto quanto atípico. Para quem não sabe, eu faço jornalismo na UFSM/CESNORS em Frederico Westphalen sim é bem longinho de Cachoeirinha onde eu moro. E desde 2007 eu participo do CLJ da Paróquia Divino Espirito Santo, e todos que fazem o CLJ sabem que temos uma missão que recebemos no curso e levamos para o resto da vida, e eu não preciso nem falar qual é né?!
E como todos sabem, ser cristã e assumir isso, no meio de uma turma de jornalismo, num curso de comunicação social, onde metade do povo é alternativo, fuma, bebe e não lembra qual a última vez que foi na missa, seria muito difícil.
Confesso, uma das coisas que eu tinha medo em vir para cá, era que esse medo fosse maior que eu, mas graças a Deus eu vim muito bem para cá, logo após o DISCIPULADO as aulas começaram; e para meu espanto, na primeira semana de aula eu já fui escolhida como representante da turma e ganhei um "apelido" que para nós do CLJ é bem comum, pois o somos 24h por dia desde o dia do nosso curso, no meu caso desde o 25°CLJ1 em julho de 2007: LÍDER.
Muitas pessoas achavam que quando eu viesse para cá, iria me desvirtuar, muito pelo contrário este ano a minha FÉ está mais forte do que nunca. Sim eu mudei em alguns aspectos, sim eu fiz um dread no cabelo(MAS JÁ TIREI uashuashuas), mas isso não mudou em nada o que eu sou; acharam que eu iria abandonar o CLJ, mas aqui em FW tem CLJ também, aqui na Catedral Santo Antônio (Na minha rua *--*); e desde o primeiro fim de semana que eu estava aqui eu já comecei a participar, mas continuo sendo da DES, tive o previlégio de ser monitora de pré ou como eles chamam aqui PROFÊ de pré haha, e continuo sempre que possível ajudando na DES quando vou para casa, uma vez por mês.
Mas voltando ao fato atípico que me aconteceu esta semana é que, eu é que sou acostumada a pedir para as pessoas se posso entrevistá-las, essa semana uma menina do 4° semestre de jornalismo, pediu para entrevistar eu e mais 3 colegas, duas delas são Batistas,a outra Adventista e eu Católica Apostólica Romana.
E no começo da entrevista ela deixou bem claro que não tinha religião, que não acreditava em nada, mas que nós chamamos muito a atenção dela. Pois ela tem 28 anos e na época que ela tinha a nossa idade, ver jovens que acreditam em Deus era muito raro. E ela percebou que nós eramos diferntes dos nossos colegas, a Báh pelos seus dread's por todo o cabelo, a Isa pelo seu estilo a Leti pelas suas mechas loiras e eu pelas camisetas que eu costumo usar, que geralmente tem alguma mensagem ou imagem que remete ao amor de Deus por nós.
E durante a entrevista ela perguntava se era possível conciliar os nossos afazeres "normais" e os grupos os quais nós frequentamos, e se algum dia isso foi um impedimento para nós. E no curso que eu faço: JORNALISMO, existem vários homossexuais e eles de certo modo tem preconceito contra a Igreja, nós 4 eu Leti, Báh e Isa participamos da DCG de Agência e temos de fazer matérias para abastecer o site da agência, e certo dia teve duas matérias seguidas uma minha sobre as crianças que estão se preparando para receber a 1°comunhão aqui em FW, e uma da Isa sobre os desbravadores, e eles disseram que não havia nada noticioso naquilo e que a agência estava uma porcaria por causa desses "novos bixos".
E eu me chatiei com isso e contei para minha mãe, e ela conversando com o Pe. Erni contou o ocorrido para ele, e foi o tema de uma das homilias dele e ele disse: Se eles reclamaram, é por que leram! E se os incomodou é por que a verdade incomoda, o que é certo incomoda e Jesus é a VERDADE!
E depois disso eu percebi que é nos pequenos gestos, nas pequenas coisas que se é possível evangelizar e mostrar como o amor de Deus é grande e nos completa; de maneira que nos diferencia do que é do mundo, nós vivemos no mundo mas não somos do mundo, o nosso lugar é o CÉU! E como nós mesmos sem perceber somos exemplos para as pessoas, isso fica para todos, tanto no colégio, facul, trabalho, não tenha medo de mostrar que você é cristão, que você é católico e sim que você vai a missa todo domingo para alimentar a sua alma.
E já lembrando da JMJ que será no Brasil em 2013, é muito bom ver que não se está sozinho, que existe sim jovens dispostos a carregar a sua cruz e seguir a Cristo, sem medo de deixar as coisas do mundo para trás e ir ao encontro de quem é o caminho, a verdade e a vida: JESUS CRISTO.
Eu boto fé na juventude católica e iremos mostrar a nossa força ao mundo e a quem não crê, sem medo do que irão nos chamar, talvez loucos, "Pois a linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem. Mas para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus...".
“E chamando a multidão, com os discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me”. Marcos 8:34
SHALOM!
Ângela Camila Carneiro

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A Santidade nas coisas pequenas

Havia algum tempo que nós não escrevíamos nada aqui no blog. Estamos todos de volta a nossa rotina e as vezes falta tempo para escrever e até mesmo ir na igreja.  Aliás, eu gosto muito de ir na missa de quarta-feira lá na paróquia, pois durante a semana sinto falta da missa. Mas já faz algum tempo que eu não vou na missa de quarta-feira e venho me questionando sobre isto. Como conciliar a vida real, no mundo, com a Igreja? Será que nos dias “úteis” eu estou mais distante de Deus do que no domingo ou no dia em que vou na missa?
Eu acreditava que sim, até que li uma frase de Sta. Teresinha. Ela fala que “A oração é um impulso do coração, um simples olhar dirigido para o céu”. Só consegue fazer isso quem está ligado com Deus no seu mais profundo íntimo. A partir daí cheguei a conclusão de que precisamos viver para Deus todos os dias mas viver no mundo.
Não podemos nos trancar em nossas paróquias e viver todos os nossos dias voltados para o altar e quando precisássemos sair na rua, enxergássemos em tudo a “mão do encardido”. Não foi isso que Jesus fez. Ele ia, sim, à sinagoga rezar, mas não deixou de aprender uma profissão (marceneiro), não deixou sua família e não fazia distinção de ninguém, fossem leprosos ou doutores da lei.
Precisamos ser bons, precisamos ser santos, a tal ponto de amarmos e nos interessarmos também por aqueles “perdidos na vida”. Caso contrário estaríamos sendo o menino que é dono da bola, que nem joga tão bem assim, mas só escolhe os melhores para seu time.
Devemos ser bons estudantes, bons profissionais, bons colegas, bons filhos, primos, pais. Pois Deus criou um mundo belíssimo para descobrirmos e contemplarmos. Não será meia dúzia de pecados que irão nos impedir disso, pois “Onde abundou o pecado, a graça superabundou!” (CIC 1848). Por fim, pretendo falar nos próximos posts sobre exemplos dessa vivência. Hoje posto um vídeo sobre um santo que tenho lido bastante sobre ele, São Josemaria Escriva. 



domingo, 13 de março de 2011

Precisamos de mais Simãos Cirineus!!!


”Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cirene, que voltava do campo, e mandaram-no carregar a cruz atrás de Jesus.”(Lc 23, 26)

Hoje, eu queria falar pra vocês um pouco sobre um personagem bem desconhecido da maioria das pessoas, até de dentro da Igreja. Simão Cirineu. Não, não é Simão Pedro, nem Simão Zelote (o outro discípulo). Simão Cirineu não tem nada a ver com esta história. Na verdade, não se sabe nem se ele sabia quem era Jesus Cristo. Mas o que ele tem de mais, afinal?
Se você não leu, leia a passagem acima. Este é o único versículo que este Simão aparece na Bíblia. Em um único versículo ele nos ensina muita coisa. Vamos aos fatos: Jesus está no caminho para dar Sua vida por nós e Simão volta do seu trabalho, sem nem saber o que acontecia no meio do seu caminho de volta pra casa. Mesmo assim, ao ser chamado não negou ajuda para carregar a Cruz.
Será que esta história tem alguma semelhança com nosso cotidiano? Acho que sim! Se você participa de algum movimento ou grupo de igreja, é provável que já tenha ouvido falar que é preciso ter disposição para seguir Jesus. Mas ficar dentro da Igreja, com os nossos amigos e companheiros, é fácil e geralmente se resume ao final de semana. E no resto do tempo?
Temos nossos compromissos, faculdade, escola, trabalho, esportes, computador ou assistir “Todo mundo odeia Chris” toda a tarde. Simão de Cirene também tinha, era trabalhador do campo. Geralmente, mantemos uma rotina igual durante todo o ano, dias úteis de trabalho ou estudo e finais de semana de louvor e vivência com o Senhor. Mas termina o trabalho ou estudo, só pensamos em ir descansar, termina nosso encontro na Igreja e só pensamos em ir descansar. Talvez não tenham lhes dito: EXISTE UM MUNDO COM SEDE no caminho do trabalho/estudo/igreja até as suas casa. Um mundo com sede de um abraço, de um conselho, de um sorriso, de uma correção fraterna.
Quantas pessoas sofrem caladas, com problemas em suas famílias; com problemas dentro de si mesmas; com problemas apenas físicos e querendo mostrar que são capazes; com o problema de não ter problema e nem mais nada também. Pessoas sedentas por algo a mais que preencha os corações delas, e este coração, como o meu e o seu, só se contenta com algo da mesma imensidão que ele, ou seja, DEUS. Mas o que isso tudo tem a ver com Simão Cirineu?
É claro que não podemos tomar totalmente os problemas dos outros e resolve-los para eles, deixando-os sem fazer nada. Mas é nosso dever apontar para aquele olhar de Cristo, aquele Amor (sim, tão grande que leva um “a” maiúsculo), para pessoas que às vezes se vocês falarem de Deus pra elas, elas se espantem, mas se derem um abraço e se interessarem por elas, farão a diferença que nenhuma palavra jogada ao léu transformaria tanto.
Por isso, fiquem atentos, vigiai, quando menos vocês esperarem, quando pensarem que suas obrigações diárias estão prontas, alguém pode aparecer no caminho de vocês sedento por ajuda. Será que vocês serão capazes de dizer “já não está mais no meu expediente de cristão” ou será que vocês farão como Simão Cirineu e tomarão a Cruz de um estranho ou até de um conhecido.
Sim, conhecidos também. Às vezes o irmão que está do teu lado pode estar sorrindo, mas por dentro tem suas feridas que podem ter sua dor aliviada com uma conversa ou coisa do tipo. Enfim, era esta minha mensagem para vocês, um abraço e uma demonstração de interesse pelo outro não mata ninguém, pelo contrário, ajuda até a esquecermos de nossos desafios.

“Fazer o Bem sem olhar a Quem!”

Resposta sobre normas litúrgicas

Enquanto procurava estudar um pouco sobre a Igreja Católica, claro que com muito cuidado, pois na internet muitas coisas não são verídicas, então deve-se lembrar de sempre procurar fontes confiáveis, bom, continuando...na tentativa de esclarecer algumas dúvidas sobre a liturgia da Santa Missa, acabei encontrando, no site da Diocese de Novo Hamburgo/RS, uma página com uma seleção de perguntas e respostas sobre as normas litúrgicas. Com toda certeza, vale muito a pena dar uma lida, são respostas verdadeiras, claras e objetivas, não deixa dúvidas nem abertura para mais de uma interpretação.
Como achei muito interessante, posto aqui o link a quem interessar possa: http://www.mitranh.org.br/s1/index.php?option=com_content&view=article&id=1233:selecao-de-perguntas-e-respostas-verdadeiras-sobre-normas-liturgicas-&catid=110:liturgia&Itemid=74

Faça bom proveito!

SHALOM!

sábado, 12 de março de 2011

A verdadeira face do respeito

Que façam por merecer aqueles que pedem respeito para si, de modo que respeito não é algo que se peça e sim, algo que as pessoas adquirem através de seus atos e palavras. Nossos olhos cansam de ver atitudes que rebaixam classes inteiras que lutaram para serem respeitadas ao longo da história, que merecidamente conseguiram tal proeza e mesmo assim alguns “participantes” dessas mesmas classes não assimilaram que, o esforço para conseguir respeito e credibilidade foi colossal, pois o simples fato de ter seu status social popular, vale qualquer ato ou palavra que sua plateia queira ver. As pessoas podem até se sentirem envergonhadas, com a consciência pesada, mas como para elas os fins justificam e muito bem os meios, amostragem de peitos&bundas, sensualismo barato e vídeos sexuais feitos com espontaneidade e falsa alegria por mulheres que se acham no direito de expor uma classe inteira, simplesmente para satisfazer a vontade de seus telespectadores masculinos e ávidos por mais materiais desse tipo, dificultam a questão do respeito feminino ser realmente levada a sério... “A mulher -se quiser- tem de se dar ao respeito”... Falo por mim e por muitas outras que realmente tentamos e conseguimos, mas sempre fica mais complicado quando há flores mortas no caminho, e então temos que acudir estas flores, mostrá-las a verdade, o caminho e a vida, para que entendam que suas almas e seus corpos não são delas, pertencem a alguém maior que as fez com tanto carinho que sua vida devia ser dedicada somente para Sua glória, que a luta de suas irmãs-anciãs está narrada em inspiração divina e deveria ser vista e levada consigo para seus futuros lares e famílias e não esta promiscuidade dita como normal por alguns.
E aqui falo das meninas/mulheres de modo especial, pois vejo nesses famosos sites de relacionamento a obscuridade de certas almas, jogadas aos 4 ventos para serem apreciadas de modo funesto pelos que olham. Existem coisas essenciais para cada um de nós aos quais chamamos de valores para mim acrescentaria ainda uma palavra valores cristãos que se fossem vivenciados esse texto e muitas outras atrocidades jamais existiriam. Cito de onde tirei tanta inspiração para verbalizar o meu incômodo com certas atitudes femininas.

“É um dom de Deus uma mulher sensata e silenciosa, e nada se compara a uma mulher bem-educada. A mulher santa e honesta é uma graça inestimável;Não há peso para pesar o valor de uma alma casta. Assim como o sol que se levanta nas alturas de Deus, assim é a beleza de uma mulher honrada, ornamento de sua casa. Como a lâmpada que brilha no candelabro sagrado, assim é a beleza do rosto na idade madura. Como colunas de ouro sobre alicerces de prata, são as pernas formosas sobre calcanhares firmes. Como fundamentos eternos sobre pedra firme, assim são os preceitos divinos no coração de uma mulher santa.” Eclo 26, 18-24

Com todo o respeito, Francieli Martins

sexta-feira, 11 de março de 2011

Descer do Tabor [ainda sobre o discipulado 2011]...

No Evangelho de Marcos, capítulo 9, versículos 2 ao 9, vemos a passagem em que os discípulos, Pedro, Tiago e João, sobem com o Mestre ao monte Tabor e vivem uma experiência que, certamente, jamais foi esquecida por aqueles homens, lá eles viram a transfiguração de Jesus, e presenciaram o Pai se manifestando e afirmando que Jesus é seu filho amado, ou seja, puderam experienciar um pouco da glória de Deus que havemos de sentir na vida eterna, estando presentes também os grandes profetas do Antigo Testamento Moisés e Elias. Os discípulos ficaram tão maravilhados com aquela situação que disseram “Mestre, é bom estarmos aqui, vamos armar três tendas...”, demonstrando que queriam permanecer ali com o Mestre, longe de todas as coisas do mundo, longe de tudo o que não era vindo de Deus. No entanto, Jesus lhes disse que não poderiam permanecer ali, que era preciso descer do Tabor e voltar às suas realidades.
Viver quatro dias junto ao Mestre e aos irmãos de fé [Pedro, Tiago e João viveram aquela experiência juntos] foi, para mim e penso que para muitos de nós, como subir ao Tabor, ficando aquela vontade de permanecer ali, onde tudo contribuía para uma aproximação cada vez maior do Senhor, ah, como seria bom ter ‘armado tendas’ no Discipulado... Porém, assim como os discípulos que subiram ao monte com Jesus, não nos é possível ficar naquele ‘pedaço de céu’, é necessário que desçamos do monte e voltemos às nossas realidades.
Cada um daqueles que estavam juntos no nosso monte Tabor tem uma realidade diferente, tem dificuldades diferentes e sabe muito bem como, dentro do seu contexto pessoal, muitas vezes é difícil seguir caminhando com Jesus, no entanto, todos vivemos aquela experiência de ficar mais perto do Mestre naqueles dias, e, assim como os discípulos voltaram transformados daquela experiência com Jesus, nós também fomos transformados por ele e, mesmo não estando mais no Tabor, onde nada nos afasta do Senhor, aqueles momentos irão refletir no nosso dia-a-dia, nas realidades que precisamos enfrentar e, sabendo que não seremos jamais abandonados por Jesus, nos fortalecemos para seguir na caminhada.
E assim, depois de descer do monte ao qual o Senhor nos levou pela mão, olhando para o mundo ao nosso redor nesse ‘pós carnaval’ vemos que muitos viveram momentos que consideraram de muita ‘alegria’, pois suas escolas de samba desfilaram na avenida, algumas inclusive obtendo o título de campeã, outros ficaram ‘alegres’ porque foram a algumas festas, enfim, não que essas coisas sejam de todo ruins, mas certamente essa alegria proporcionada pelo mundo é efêmera, e logo se transformará em vazio. Por outro lado, a alegria, a verdadeira felicidade, que vivemos aos pés do Mestre jamais passará e a chama que foi acesa ou fortificada nesses dias será impulso para que nós consigamos, cada vez mais, nos aproximar da santidade que nos é proposta pelo próprio Cristo.
Descemos do Tabor, mas as revelações que Deus fez aos nossos corações permanecerão conosco! Rezemos uns pelos outros e pela nossa conversão diária, especialmente neste tempo propício que é a Quaresma!

quarta-feira, 9 de março de 2011

O Bordado, O Pecado e A Graça de Deus

Hoje começa o período da Quaresma. Tempo de reflexão, sobre nossos erros, nossas falhas, nossos pecados. Tempo de usar esta reflexão como uma empresa que faz o balanço do seu ano, se foi positivo ou negativo e quais as metas para o próximo ano. Mas muitas pessoas acabam com dúvida, e vêem a Quaresma como um período de sofrimento, escuro, que soa como um suave masoquismo botando o dedo nas nossas feridas apenas para lembrar o sofrimento do erro. Isto não é Quaresma. Entretanto, é complicada mesmo a relação entre o nosso Pecado e a Graça de Deus.
Para compreender isto, devemos lembrar, primeiro, que temos uma natureza divina. Fomos criados por Deus com todo o amor e carinho, e apenas a nós ele proferiu a belíssima frase: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Note também que me refiro aqui a Deus como Deus-Trino, Pai, Filho e Santo Espírito). Porém também temos em nosso ser uma natureza pecadora. O fruto proibido. Carregamos em nós todos os sentimentos maus que nos brotam, as vezes sem nosso querer – aquele “não consigo perdoar tal pessoa”- e que foram semeados com Adão e Eva. Por isso dizemos que carregamos o Pecado Original. Mas como essas duas naturezas se relacionam? Vou contar uma história:
Eis que havia uma mulher que adorava bordar suas toalhas, panos de prato, crochês e tantas outras belas coisas. Ela bordava belissimamente. Um dia sua filha pequena, uma criança, pediu que a mãe a ensinasse a bordar. Ela admirava muito o que a mãe fazia, pois no final era tudo muito belo. Então começou a aprender com a mãe. Estava bordando um desenho em sua toalhinha de rosto. Depois de um tempo, a menina ficou muito triste. Seu desenho estava muito desfigurado e incompleto. Ela pediu ajuda a sua mãe e elas, rapidamente, terminaram o bordado. No final, a menina perguntou o que estava fazendo de errado. A mãe respondeu, com enorme carinho, que a filha estava se preocupando com a face errada do bordado. Ela estava cuidando muito a face em que os fios passam por trás do pano, e não com a face onde os fios formam um belo traçado. E ela não conseguia terminar o desenho da outra face porque não estava focada nele.
Não sei se a menina tinha capacidade para entender tudo isso, mas é só uma história. Nela, a Graça de Deus aparece como o belo traçado que os fios formam e o pecado aparece como os nós, em baixo do traçado. Tudo isso ocorre na “toalha” de nossa vida. E o pecado é assim mesmo, deixa nossa vida feia, desfigurada, estranha se olharmos apenas para ele. E a Graça de Deus torna nossa vida bela, agradável aos olhos de quem a vê. Mas essa relação tem seus desafios. Se nos preocuparmos apenas com nossos pecados, nunca observaremos a beleza que é a Graça de Deus em nossa vida. Mas se quisermos apenas a Graça de Deus e não lembrarmos que temos pecados por trás dessa beleza toda, caímos no erro da soberba, do “se achar” e nosso tombo é feio, pois os fios daquele bordado estavam firmes no lado “feio”, no lado do pecado, ou seja, lembrando que devemos ser humildes. São nossas falhas, erros, pecados, quando arrependidos verdadeiramente, impulsionam para uma vivencia ainda melhor de nossa condição humana e nos livra de todos os perigos das depressões e discussões depreciativas que vemos no mundo hoje.
O texto ficou meio longo, mas espero que tenham entendido a mensagem. Desejo a vocês uma boa Quaresma, uma boa reflexão sobre nossa condição de ser humano, limitado e agraciado, e que sigam firmes na esperança da Páscoa que há de vir em breve. Ah, e lembrem que quando o bordado estiver difícil e vocês acharem que estão sendo tentados a errar demais e falhar, peçam ajuda à nossa Mãe que está lá no céu e que sempre vem até nós, quando pedimos, nos ajudar a bordar, pois ela nunca falha nem nos abandona.